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Concepção e Planejamento do TCC - Parte 2

Formulação de problemas de pesquisa e hipóteses para trabalhos acadêmicos, com técnicas para desenvolvimento de questões norteadoras.

3.2 Formulação de Problemas e Hipóteses

A formulação precisa de problemas de pesquisa e hipóteses representa um momento crítico na concepção de trabalhos acadêmicos. Como observa Eco (2016, p. 51), "uma pesquisa é científica quando responde a um problema". Esta aparente simplicidade encobre a complexidade inerente à transformação de um tema em uma questão investigável que oriente efetivamente o desenvolvimento metodológico subsequente.

Estruturas de prompts para elaboração de problemas de pesquisa

A formulação de um problema de pesquisa eficaz requer clareza conceitual, precisão terminológica e delimitação adequada. Segundo Gil (2022, p. 34), "problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento". O autor acrescenta que "pode-se dizer que um problema é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser observadas ou manipuladas" (GIL, 2022, p. 35).

Exemplos de prompts para elaboração de problemas:

  • "Transforme o tema '[tema delimitado]' em 5 possíveis problemas de pesquisa, variando em termos de: abrangência, perspectiva teórica, foco em causas/consequências, e ênfase descritiva/explicativa/normativa."
  • "Formule um problema de pesquisa para o tema '[tema delimitado]' seguindo a estrutura: 'Em que medida [variável independente] influencia [variável dependente] no contexto de [delimitação contextual], considerando [variáveis intervenientes]?'"
  • "Elabore 3 versões de um problema de pesquisa sobre '[tema delimitado]', progressivamente mais específicas e operacionalizáveis, explicando as vantagens e limitações de cada formulação."

Marconi e Lakatos (2021, p. 159) destacam que "o problema deve ser levantado, formulado, de preferência em forma interrogativa e delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo de possíveis relações entre si". As autoras acrescentam que "formular um problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características" (MARCONI; LAKATOS, 2021, p. 159).

Ao trabalhar com estes prompts, é importante avaliar criticamente as formulações geradas, verificando se atendem a critérios como: clareza conceitual, viabilidade metodológica, relevância teórica e prática, e originalidade suficiente para justificar a pesquisa.

Comandos para geração de hipóteses testáveis

As hipóteses representam respostas provisórias ao problema de pesquisa, que serão submetidas a verificação empírica ou análise teórica ao longo do trabalho. Conforme define Gil (2022, p. 41), "hipótese é uma suposta resposta ao problema a ser investigado. É uma proposição que se forma e que será aceita ou rejeitada somente depois de devidamente testada".

Exemplos de prompts para geração de hipóteses:

  • "Para o problema de pesquisa '[problema específico]', formule 3 hipóteses alternativas baseadas nas seguintes teorias: [Teoria A], [Teoria B] e [Teoria C]. Explique o raciocínio teórico que fundamenta cada hipótese."
  • "Elabore hipóteses testáveis para o problema '[problema específico]', seguindo a estrutura: 'Se [condição/intervenção], então [resultado esperado], porque [mecanismo causal]'. Inclua variáveis que possam ser operacionalizadas metodologicamente."
  • "Desenvolva um conjunto de hipóteses complementares para o problema '[problema específico]', abordando diferentes dimensões ou aspectos do fenômeno estudado. Indique como estas hipóteses se relacionam entre si."

Marconi e Lakatos (2021, p. 161) enfatizam que "a hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória". As autoras acrescentam que "a principal resposta é denominada hipótese básica, podendo ser complementada por outras, denominadas hipóteses secundárias" (MARCONI; LAKATOS, 2021, p. 162).

É fundamental avaliar as hipóteses geradas quanto à sua testabilidade, conexão lógica com o problema de pesquisa, fundamentação teórica e potencial para contribuir significativamente para o campo de estudo.

Refinamento de questões norteadoras

Além do problema central e das hipóteses principais, muitos trabalhos acadêmicos se beneficiam da formulação de questões norteadoras secundárias, que desdobram o problema principal em aspectos específicos a serem investigados. Conforme destacam Booth, Colomb e Williams (2019, p. 51), "as perguntas de pesquisa são como portas para suas respostas: elas devem ser abertas o suficiente para permitir que você explore, mas não tão abertas que permitam que você se perca".

Exemplos de prompts para refinamento de questões:

  • "Desdobre o problema principal '[problema específico]' em 5 questões norteadoras secundárias, que abordem diferentes dimensões ou etapas necessárias para responder à questão central."
  • "Refine a seguinte questão de pesquisa para torná-la mais precisa e operacionalizável: '[questão inicial]'. Identifique termos vagos ou ambíguos e sugira reformulações mais específicas."
  • "Organize hierarquicamente as seguintes questões de pesquisa, estabelecendo relações lógicas entre elas e indicando quais são pré-requisitos para responder a outras: [Lista de questões]."

Creswell (2010, p. 128) sugere que "em um estudo qualitativo, os pesquisadores declaram questões de pesquisa, não objetivos (ou seja, metas específicas para a pesquisa) ou hipóteses (ou seja, previsões que envolvem variáveis e testes estatísticos)". O autor acrescenta que "essas questões assumem duas formas: uma questão central e subquestões associadas" (CRESWELL, 2010, p. 128).

Avaliação da relevância acadêmica e social

Um aspecto crucial na formulação de problemas e hipóteses é a avaliação de sua relevância, tanto do ponto de vista acadêmico (contribuição para o avanço do conhecimento) quanto social (potencial impacto prático). Conforme destaca Severino (2016, p. 202), "a relevância do problema está nos benefícios que sua solução pode trazer: para o ser humano, para a sociedade e, especificamente, para a possível aplicação na solução de problemas de uma área do conhecimento".

Exemplos de prompts para avaliação de relevância:

  • "Analise a relevância acadêmica do problema '[problema específico]', considerando: lacunas na literatura existente, debates teóricos atuais, inovações metodológicas propostas e potencial para generalização dos resultados."
  • "Avalie a relevância social da pesquisa sobre '[problema específico]', identificando: grupos sociais potencialmente beneficiados, aplicações práticas dos resultados, questões éticas envolvidas e possíveis impactos em políticas públicas ou práticas profissionais."
  • "Desenvolva argumentos convincentes para justificar a relevância do problema '[problema específico]' em três dimensões: teórica, metodológica e prática. Cite exemplos específicos para fortalecer cada argumento."

Gil (2022, p. 35) ressalta que "para que um problema seja considerado apropriado, deve ser analisado sob os seguintes aspectos: (a) o problema deve ser formulado como pergunta; (b) o problema deve ser claro e preciso; (c) o problema deve ser empírico; (d) o problema deve ser suscetível de solução; e (e) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável".

Esta avaliação de relevância não é apenas um exercício formal, mas um componente essencial da justificativa do trabalho, que deve demonstrar por que o problema merece ser investigado e como sua resolução contribuirá para o campo de estudo e para a sociedade.

Considerações finais

A formulação de problemas e hipóteses constitui o núcleo direcionador de um trabalho acadêmico, determinando em grande medida seu potencial de contribuição e sua viabilidade metodológica. Como sintetiza Severino (2016, p. 203), "o problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Após a definição do tema, a problematização é o passo seguinte e decisivo na elaboração do projeto".

Utilizando o ChatGPT de forma estratégica através dos prompts sugeridos, é possível desenvolver formulações mais precisas, testáveis e relevantes, que orientarão efetivamente o desenvolvimento subsequente da pesquisa. No entanto, é essencial manter uma postura crítica e reflexiva, avaliando cuidadosamente as sugestões geradas e adaptando-as às especificidades do objeto de estudo e contexto de pesquisa.

Referências

BOOTH, W. C.; COLOMB, G. G.; WILLIAMS, J. M. A arte da pesquisa. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2019.

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

ECO, U. Como se faz uma tese. 26. ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2022.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2021.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016.